Asfalto de Borracha vs. Asfalto Convencional: Qual a Melhor Escolha?
Neste artigo, exploramos as principais diferenças entre esses dois tipos de pavimentação, destacando os benefícios do uso de pneus reciclados, a durabilidade, os custos de manutenção e os impactos ambientais. Uma leitura essencial para quem se interessa por infraestrutura viária e soluções inovadoras para a mobilidade urbana. Confira e descubra qual é a melhor escolha para o futuro das nossas estradas!


Asfalto de Borracha vs. Asfalto Convencional: Qual a Melhor Escolha?
Autor(a): Marcelo Lucia
Instituição: Pensy360 Egenharia Civil
Data: 11/11/2024
Resumo
A escolha do tipo de asfalto para pavimentação impacta diretamente na durabilidade, custo e sustentabilidade das rodovias e vias urbanas. O asfalto de borracha, derivado da reciclagem de pneus, apresenta vantagens significativas em comparação ao asfalto convencional, especialmente em termos de resistência, conforto e benefícios ambientais. Este artigo explora as diferenças entre essas duas tecnologias, destacando seus pontos positivos e desafios para aplicação.
Palavras-chave: Asfalto de borracha, pavimentação sustentável, infraestrutura viária, comparação de asfaltos.
1. Introdução
A pavimentação de estradas e ruas é um elemento essencial da infraestrutura urbana e rodoviária, influenciando diretamente a qualidade do transporte e a segurança dos motoristas. Historicamente, o asfalto convencional tem sido amplamente utilizado devido à sua disponibilidade e custo relativamente baixo. No entanto, sua durabilidade e impacto ambiental têm sido questionados nos últimos anos.
Devido à extrema necessidade de avaliar de que forma o asfalto e seus efeitos refletem no transporte rodoviário brasileiro, os impactos e transtornos causados por patologias existentes nos pavimentos, esta pesquisa justifica-se por meio do estudo de fontes técnicas que abordam o processo executivo da pavimentação e suas implicações. A deficiência de manutenção e a inadequada execução das correções fazem com que as patologias em pavimentos resultem em gastos frequentes para os administradores das rodovias, além de afetar os usuários com menor segurança no trajeto, aumento dos custos com manutenção veicular e impacto ambiental pela metodologia convencional de pavimentação.
O avanço tecnológico trouxe alternativas mais sustentáveis e eficientes, como o asfalto de borracha, que incorpora pneus reciclados em sua composição. Essa inovação promete maior resistência e vida útil, além de contribuir para a redução de resíduos sólidos. Mas será que essa opção é realmente mais vantajosa que o asfalto tradicional? Neste artigo, faremos uma breve análise comparativa entre esses dois tipos de pavimentação para entender qual deles oferece o melhor custo-benefício e desempenho.
2. Patologias do Pavimento
O pavimento tem como função disponibilizar um transporte de boa qualidade durante seu período de vida útil, porém podem ocorrer diversas degradações instáveis durante sua utilização (CNT, 2018).
De acordo com o CNT (2018), as manifestações patológicas podem acontecer por vários motivos, como defeitos construtivos, falta de espessura adequada, temperatura incorreta do concreto asfáltico durante a execução, queima do ligante (que gera problemas de fadiga), entre outros.
2.1. Fissuras
As fissuras são aberturas de espessura pequena que surgem na camada superior asfáltica e não exibem problemas na funcionalidade ou na estrutura das vias. Elas podem ser longitudinais, transversais ou irregulares. Suas principais causas incluem dosagem inadequada do asfalto, excesso de finos ou compactação excessiva (CNT, 2018).
A fissura é uma fenda que surge no revestimento asfáltico no sentido transversal, longitudinal ou diagonal em relação ao eixo da rodovia, sendo perceptível a uma distância inferior a 1,5 metros, com abertura menor que 1 mm. Já a trinca exibe uma abertura maior e pode surgir isoladamente ou interligada. A "panela" é outro problema que se forma no revestimento devido à falta de adesão entre as camadas, causando rompimento da placa asfáltica e desagregação dos materiais inferiores.
2.2. Trinca Transversal
As trincas transversais aparecem isoladas e são perpendiculares ao eixo do pavimento. Se o comprimento for menor que um metro, são rotuladas como trincas transversais curtas; se maior, como trincas transversais longas. Suas causas incluem encolhimento da camada superficial devido a baixas temperaturas, endurecimento do asfalto e propagação de trincas nas camadas inferiores (CNT, 2018).
2.3. Trincas Longitudinais
As trincas longitudinais são paralelas ao eixo do pavimento e podem ser curtas (menos de 1 metro) ou longas (mais de 1 metro). Seus motivos incluem erros na execução de juntas longitudinais, recalques na superfície e propagação de trincas nas camadas inferiores.
2.4. Trincas em Malha ("Couro de Jacaré")
São trincas interligadas sem direção definida, semelhantes a um couro de jacaré. Representam falha estrutural e ocorrem em trechos sob carga excessiva, baixa qualidade das camadas do pavimento ou solo com pouca resistência.
2.5. Trincas em Malha ("Bloco")
São trincas interligadas que formam blocos retangulares, causadas por encolhimento da camada superficial devido a variações térmicas e baixa resistência à tração da mistura asfáltica.
2.6. Afundamento Plástico
Deformações permanentes na superfície do pavimento, causadas por tensão plástica repetida ou cargas excessivas. Podem ser localizadas (até 6 metros) ou extensas (mais de 6 metros).
2.7. Ondulação ou Corrugação
Também chamadas de "costela de vaca", são ondulações transversais causadas por base instável ou baixa resistência da massa asfáltica.
2.8. Exsudação
Ocorre quando o ligante betuminoso aflora na superfície devido à expansão térmica, geralmente por excesso de ligante ou baixo teor de vazios (PINTO, 2003).
2.9. Escorregamento
Fendas em forma de meia-lua causadas por deslocamento do revestimento, falta de aderência ou falhas na camada inferior.
2.10. Desgaste
Perda gradativa do agregado devido ao tráfego, resultando em superfície áspera. Causado por falhas na adesão ligante-agregado ou erros na execução.
2.11. Panela ou Buraco
Cavidades formadas no pavimento devido à evolução de trincas, falta de compactação ou umidade excessiva nas camadas inferiores.
3. Comparação entre Asfalto de Borracha e Asfalto Convencional
O asfalto de borracha apresenta diversas vantagens em relação ao asfalto convencional. Sua durabilidade é superior, com maior resistência a fissuras e trincas, enquanto o asfalto convencional sofre maior desgaste com as variações climáticas, embora o custo inicial do asfalto de borracha seja mais elevado devido as usina que transformam os pneus para o uso como asfalto, ele se destaca pela manutenção menos frequente e mais econômica, ao contrário do asfalto convencional, que exige manutenção constante, em relação à redução de ruído, o asfalto de borracha absorve melhor as vibrações e reduz o barulho, proporcionando maior conforto acústico, no aspecto da sustentabilidade, ele reaproveita pneus descartados, contribuindo para a preservação ambiental, enquanto o asfalto tradicional tem maior impacto ambiental. Portanto, em termos de aderência, o asfalto de borracha oferece melhor desempenho em pistas molhadas, superando o desempenho padrão do asfalto convencional.
4. Vantagens do Asfalto de Borracha
Maior Vida Útil e Resistência
O asfalto de borracha apresenta maior elasticidade e resistência ao desgaste, reduzindo a formação de fissuras e prolongando a vida útil do pavimento.
Conforto e Segurança Viária
Reduz o ruído e melhora a aderência em pistas molhadas, aumentando a segurança.
Benefícios Ambientais
Reutiliza pneus descartados, reduzindo resíduos e promovendo a economia circular.
5. Desafios e Considerações
O custo inicial mais elevado e a necessidade de equipamentos específicos são obstáculos, mas a menor necessidade de manutenção compensa o investimento a longo prazo.
6. Conclusão
Portanto, em virtude do argumentado, o asfalto de borracha é uma opção sustentável e durável, enquanto o asfalto convencional ainda é viável para projetos de menor orçamento, com políticas de incentivo, a tecnologia de borracha tende a se tornar mais acessível.
Além disso, a adoção do asfalto de borracha contribui para a redução de resíduos sólidos, transformando pneus descartados em matéria-prima de alto valor agregado, essa prática não só minimiza impactos ambientais, mas também agencia uma economia circular, com o avanço das pesquisas, espera-se que seu desempenho exceda ainda mais o do asfalto tradicional em termos de resistência e durabilidade.
Por outro lado, o asfalto convencional ainda possui vantagens logísticas, como uma cadeia produtiva consolidada e mão de obra especializada largamente disponível, no entanto, seu uso contínuo sem inovações pode se tornar um entrave para as metas de sustentabilidade urbana, governos e empresas devem equilibrar custos e benefícios, priorizando soluções que aliem viabilidade econômica e responsabilidade ambiental.
Diante disso, o futuro da pavimentação depende da relação gradual de tecnologias sustentáveis, com planejamento estratégico e investimentos em infraestrutura, a conscientização da sociedade e o compromisso dos setores público e privado são essenciais para impulsionar essa transição, assim, será possível afiançar vias mais duráveis, ecológicas e economicamente hábeis.
7. Referências Bibliográficas
ALVARES, R. Patologias em pavimentos asfálticos. São Paulo: Editora Técnica, 2018.
ANIP - Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos. Reciclagem de pneus no Brasil. São Paulo, 2022.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT). NBR 15575: Edificações habitacionais – Desempenho. Rio de Janeiro, 2021.
BERTOLLO, S. A. M.; JÚNIOR, J. K. F.; VILLAVERDE, R. B.; FILHO, D. M. Pavimentação asfáltica: uma alternativa para a reutilização de pneus usados. Revista Limpeza Pública, n. 54. ABPL, 2000. Disponível em: https://repositorio.usp.br/item/001093688. Acesso em: 22 mar. 2024.
BRASIL. Confederação Nacional do Transporte (CNT). Transporte Rodoviário: Por que os pavimentos das rodovias do Brasil não duram? Brasília, 2017.
CRAIDE, Sabrina. Extensão de rodovias pavimentadas cresceu 23% nos últimos 15 anos, diz CNT. 2016. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-05/extensao-de-rodovias-pavimentadas-cresceu-23-nos-ultimos-15-anos-diz-cnt. Acesso em: 08 abr. 2024.
DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Especificações para pavimentos asfálticos. Brasília, 2019.
PINTO, C. F. Manual de pavimentação asfáltica. Rio de Janeiro: Editora Pini, 2003.
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